Diabetes gestacional pode ser evitada. Conheça os mitos e verdades e previna-se

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A gravidez é um período que requer bastante atenção das futuras mamães, afinal de contas, são duas as vidas das quais elas precisam cuidar. Nesse período, inclusive, pode aparecer a DIABETES, CARACTERIZADA COMO GESTACIONAL, causada pelo aumento do açúcar no organismo.

Segundo a Dra. Carla Kikuchi, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, esse tipo é diagnosticado pela primeira vez durante a espera do bebê. “TODAS AS GRÁVIDAS ESTÃO SUJEITAS, mas existem fatores contribuintes, como por exemplo, histórico na família, IDADE MATERNA AVANÇADA, OBESIDADE MATERNA, DIABETES EM GESTAÇÃO ANTERIOR, entre outras”.

BEBÊ EM FOCO

Um estudo realizado recentemente nos Estados Unidos com mais de 21 mil mulheres que estavam para ter um filho revelou, inclusive, que o CONSUMO EXCESSIVO DE BATATAS ANTES DE ENGRAVIDAR pode ser um dos aspectos que elevam a probabilidade de desenvolver o distúrbio. De acordo com o Dr. Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra com formação em neurolinguística e atuação na área de medicina psicossomática, a identificação do quadro se dá durante o pré-natal, por meio de dosagem de glicemia de jejum, e do teste oral de tolerância à glicose (TOTG).

“Além de aumentar o peso do bebê, a doença faz com que uma quantidade maior dessa substância fique no sangue e, consequentemente, OBRIGUE O PÂNCREAS DO FETO A PRODUZIR MAIS INSULINA para poder queimá-la. Todavia, mesmo com o ganho de peso, os BEBÊS FICAM EXTREMAMENTE FRÁGEIS APÓS O NASCIMENTO, já que costumam ter CRISES DE HIPOGLICEMIA pela alta produção de insulina”, ele explica.

A saúde de ambos pode ficar comprometida, com ameaças de TRABALHO DE PARTO PREMATURO, ruptura precoce de bolsa, maiores chances de morte súbita, e diversas alterações prejudiciais.

MITOS X VERDADES

Para que você esclareça todas as suas dúvidas e, principalmente, evite o problema, o DaquiDali separou os maiores mitos e verdades que cercam o assunto:

NÃO HÁ COMO PREVENIR A DOENÇA

MITO. “Dieta balanceada, exercícios, manter o peso sob controle e fazer um planejamento pré-gestacional podem preveni-la”, fala a Dra. Kikuchi. E, uma vez que a patologia já esteja instalada, as práticas físicas comprovadamente ajudam a moderá-la, ela afirma.

A DIABETES GESTACIONAL AFETARÁ A VIDA DA MULHER PARA SEMPRE

MITO. Para a mesma médica, o fato implica na possibilidade de voltar a ter a adversidade no futuro. “Precisará ter atenção ao seu nível glicêmico e à MANUTENÇÃO DO SEU PESO para evitá-la depois”, coloca.

MULHERES COM GRAVIDEZ TARDIA (APÓS OS 35 ANOS) APRESENTAM MAIOR PREDISPOSIÇÃO

VERDADE. “A idade da mulher aumenta o perigo para diabetes gestacional”, ela enfatiza.

UMA GRÁVIDA DIABÉTICA CONTRAI INFECÇÕES COM MAIOR FACILIDADE

VERDADE. “Pois sua IMUNIDADE ESTARÁ FRAGILIZADA”.

QUEM TEVE DIABETES GESTACIONAL PRECISA TER MUITA CAUTELA NA HORA DO PARTO

VERDADE. “Cada caso deve ser individualizado. Depende de como foi feito controle durante o pré-natal, do peso, maturidade do bebê e do estado materno”, reforça.

OS DOCES SÃO OS MAIORES VILÕES DA DIABETES GESTACIONAL

VERDADE. “Mas carboidratos também devem ter restrições (a exemplo da batata já citada)”.

ATÉ A PRIVAÇÃO DO SONO E O ESTRESSE REPERCUTEM NOS NÍVEIS DE GLICEMIA E INFLUENCIAM DIRETAMENTE NA POSSIBILIDADE DE DIABETES GESTACIONAL

MITO. “Esses elementos PODEM ALTERAR A GLICEMIA MOMENTANEAMENTE, mas não são causas de diabetes gestacional”, a doutora esclarece.

AQUELAS QUE JÁ FORAM MÃE E O PRIMEIRO BEBÊ NASCEU COM MAIS DE 4KG TAMBÉM POSSUEM MAIOR PROBABILIDADE DE DIABETES GESTACIONAL NO SEGUNDO

VERDADE. “Histórico de perdas gestacionais de repetição, POLIDRÂMNIO (aumento do líquido amniótico), MACROSSOMIA (peso maior de 4kg), óbito fetal sem causa determinada, malformação fetal, HIPOGLICEMIA NEONATAL (queda da glicemia) e SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (também no recém-nascido) são coeficientes de risco”. Ainda, filhos de mães diabéticas podem manifestar maior propensão às duas últimas ocorrências mencionadas e icterícia.

QUEM NÃO TEM SINTOMAS DA DIABETES GESTACIONAL (MAL-ESTAR, SEDE ANORMAL OU CANSAÇO EXTREMO) NÃO PRECISA SE PREOCUPAR

MITO. “A diabetes pode ser silenciosa inicialmente”. Por isso as visitas ao especialista se fazem tão necessárias. Gestantes classificadas com a disfunção são consideradas de alta gravidade e demandam acompanhamento rigoroso.

EM TODOS OS CASOS É PRECISO O USO DA INSULINA

MITO. “Muitas podem ser monitoradas com dieta e atividades físicas, sem a insulina”, ela alerta. De qualquer maneira, o medicamento é seguro tanto para a mãe quanto o filho.

A GESTANTE DIABÉTICA NÃO DEVE AMAMENTAR

MITO. “A diabética pode amamentar sem nenhuma restrição”, recomenda.

A DIABETES GESTACIONAL QUASE SEMPRE SE NORMALIZA SOZINHA DEPOIS QUE O BEBÊ NASCE

VERDADE. “A maior parte das mães diabéticas tem a melhora da sua glicemia espontaneamente após o parto”.

É PRECISO TER MAIS CUIDADO COM A ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA DE UMA MÃE QUE TEVE DIABETES GESTACIONAL DESDE CEDO, POIS ELA TERÁ MAIS CHANCES DE SER OBESA

POSSIVELMENTE. “A criança precisará de mais cuidados, pois terá maior predisposição de ser diabética no futuro (pelo histórico familiar), e a OBESIDADE AUMENTA A TENDÊNCIA À DIABETES”.

Conforme uma pesquisa publicada no jornal on-line Diabetologia, com coleta de dados em 12 países (África do sul, Austrália, Brasil, Canadá, China, Colômbia, Estados Unidos, Finlândia, Índia, Quênia, Portugal e Reino Unido), a complicação também pode ter INFLUÊNCIA NA EXPRESSÃO DOS GENES DO FETO (EPIGENÉTICA) que direcionam o acúmulo de gordura corporal e o metabolismo.